sexta-feira, 15 de junho de 2012

Só um riacho...

Ontem a Estela Márcia falou assim: "pode ser 'pequena demais'... pode 'não ter nada prá fazer'...pode ser 'a cidade que tinha'...pode ser chamada de qualquer coisa pelas pessoas que conheço e pelas que não conheço também...mas para mim é e sempre será 'o melhor lugar do mundo'...minha terra." 
Dizem que a origem da "terra" da Estela se deve à decadência das jazidas de ouro de Jacuí. Para a lida do dia-a-dia valia mais a pena o cultivo de terras férteis que garantiriam o sustento. Dizem também que essas pessoas a procura de um presente melhor acharam um riacho e próximo dele, erigiram uma capela a São Francisco de Paula.
Esse riacho pode ser pequeno para o mundo... mas é grande para a Estela e para as pessoas de Monte Santo.
    O Tejo
    O Tejo é mais belo que o rio que corre pela minha aldeia,
    Mas o Tejo não é mais belo que o rio que corre pela minha aldeia
    Porque o Tejo não é o rio que corre pela minha aldeia.
    O Tejo tem grandes navios
    E navega nele ainda,
    Para aqueles que vêem em tudo o que lá não está,
    A memória das naus.
    O Tejo desce de Espanha
    E o Tejo entra no mar em Portugal.
    Toda a gente sabe isso.
    Mas poucos sabem qual é o rio da minha aldeia
    E para onde ele vai
    E donde ele vem.
    E por isso porque pertence a menos gente,
    É mais livre e maior o rio da minha aldeia.
    Pelo Tejo vai-se para o Mundo.
    Para além do Tejo há a América
    E a fortuna daqueles que a encontram.
    Ninguém nunca pensou no que há para além
    Do rio da minha aldeia.
    O rio da minha aldeia não faz pensar em nada.
    Quem está ao pé dele está só ao pé dele.
    (Alberto Caeiro/Fernando Pessoa)


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